Várias histórias. Vários lugares.
Várias pessoas. Ela respirava fundo e o coração batia incansavelmente. Ela era
Maria. O coração apertado de Vinícius. Jonas saia correndo com os braços
abertos. Roberta olhava o horizonte e se perguntava: “ Mais um desafio, será
que darei conta sozinha neste lugar desconhecido?”, indagava. São histórias
diferentes, mas acontecem em um mesmo lugar: na Rodoviária.
Maria estava à espera de Jonas, que sai
correndo para abraçar sua noiva. Eles iam se casar naquela semana. Jonas,
paulista, estava de malas prontas para morar em Brasília e viver seu amor. A
inquietude dela era compreensível, já que ia unir-se a sua outra metade. As portas
abertas do ônibus selaria um novo momento, uma nova vida e uma nova celebração
para o casal. Nunca a abertura de uma porta foi tão esperada.
Rodoviária: Lugar amado por uns,
detestado por outros ou vice e versa. Local onde pode-se ver pessoas de todos
os tipos. Do salto alto a chinelos de dedos. A diferença às vezes se faz
gritante, não pela vestimenta, mas pelos olhares que se chocam com o destoar
das diferenças, já que o avião não pode ser pago por muitos e em muitos lugares
não existem aeroportos. O jeito mesmo é pegar o “busão”.
Na janela do ônibus, dois olhares
entristecidos cruzavam-se com os de Vinícius. Eram sua esposa e filho, Janaína
e Lucas. Há cerca de dois meses, o casal descobriu que o filho de 04 anos
estava com leucemia. Foi um choque. O tratamento só poderia ser feito em outra
cidade. Janaína largou o emprego e Vinícius ficou, pois tinha que trabalhar e
sustentar a família. Ele só poderia os ver quando pudesse e tivesse uma folga
mais prolongada. A distância era grande e saudade maior ainda. Mesmo assim,
dentro de seu coração a certeza que veria Lucas curado.
Roberta, aos 18 anos, vivia o momento
mais decisivo e emocionante de sua vida. Veio de uma família humilde, que
morava no interior do Brasil. A mãe era costureira e o pai agricultor familiar.
Nenhum dos dois tinham terminado os estudos, foram até a 4ª série, mas
sempre incentivaram a filha a estudar. Trabalhavam de domingo a domingo, pois
sabiam que se não fizessem isso, talvez o futuro dela seria outro. Naquele dia,
Roberta estava chegando a Brasília porque passara no vestibular de agronomia da
UNB. Estava com saudades, mas matava os pais de orgulho.
A Rodoviária conta as histórias dos
verdadeiros seres humanos, do dia a dia, do cotidiano. Histórias de amor,
tristeza e às vezes até ódio, que nem precisam ser inventadas, pois são
realidade. Chegadas e partidas. Idas e vindas. Como a vida realmente é. Nenhum
conto de fadas, mas sempre de pés no chão.
O olhar do observador sempre terá estórias maravilhosas. Continue assim, bichinha!
ResponderExcluirDaria um belo livro, e eu com certeza seria uma leitora assídua, amei essas palavras, pois carregam nela a verdade, parabéns moça, já é inspiração pra mim!
ResponderExcluirPS: Encontrei esse link na página da Tatiana Marques .
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirObrigada pelo seu comentário Sarah! Comentários como o seu me dão mais força para continuar neste caminho (literatura). Desculpe responder-te só agora. Um bela vida e carpe diem! :D
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